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Capibaribum

by Lula Queiroga

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1.
Capibaribum 03:05
O Rio é o choro do olho d’água Que desce o desfiladeiro Depois vira uma serpente de vidro Espelhando o céu canoeiro É o rio que passa na minha aldeia Passeia e desenha a cidade E o menino nu pula na correnteza Sem medo algum Capibaribum A água preenche qualquer vazio O seu desafio é chegar É o segredo sagrado de Oxum Misturar com o sal de Iemanjá O rio que corre na veia do tempo Deságua na eternidade Ele passa por todo lugar Mas não fica em lugar nenhum Capibaribum Capibaribe O som do motor da canoa Onde o rio faz a curva Tá na hora de encontrar meu amor Que chegou debaixo de chuva Ficamos então assim abraçados Olhando a água correr Generosa, espalhando O mistério da vida Pra qualquer um Capibaribum! A água doce, borbulha e Desce fluida e banha o berço das capivaras. Recife é um presente do rio. Onde humanos são apenas um acidente de percurso.
2.
A Ponte 04:32
Como é que faz pra lavar a roupa? Vai na fonte, vai na fonte Como é que faz pra raiar o dia? No horizonte, no horizonte Este lugar é uma maravilha Mas como é que faz pra sair da ilha? Pela ponte, pela ponte Como é que faz pra sair da ilha? Pela ponte, pela ponte A ponte não é de concreto, não é de ferro Não é de cimento A ponte é até onde vai o meu pensamento A ponte não é para ir nem pra voltar A ponte é somente atravessar Caminhar sobre as águas desse momento A ponte não é para ir nem pra voltar A ponte é somente pra atravessar Caminhar sobre as águas desse momento Como é que faz pra lavar a roupa? Vai na fonte, vai na fonte Como é que faz pra raiar o dia? No horizonte, no horizonte Este lugar é uma maravilha Mas como é que faz pra sair da ilha? Pela ponte, pela ponte Como é que faz pra sair da ilha? Pela ponte, pela ponte A ponte nem tem que sair do lugar Aponte pra onde quiser A ponte é o abraço do braço de mar Com a mão da maré A ponte não é para ir nem pra voltar A ponte é somente atravessar Caminhar sobre as águas desse momento Nagô, nagô, na Golden Gate Meu peito jorrando meu leite Atrás do retrato-postal fiz um bilhete No primeiro avião mandei-te Coração dilacerado De lá pra cá sem pernoite De passaporte rasgado Sem ter nada que me ajeite Coqueiros varam varandas no Empire State Aceite Minha canção hemisférica A minha voz na voz da América Cantei-te Amei-te Cantei-te Amei-te Nagô, nagô, na Golden Gate Nagô, nagô, na Golden Gate
3.
Cerca Viva 04:03
Naquela noite quando você foi embora Eu percebi como era cego meu amor Eu tinha mais que merecia e joguei fora Água demais pode despetalar a flor E agora chove sobre mim e nada flora A sua ausência me acompanha aonde eu for Eu quis te proteger dos males do mundo E foi a cerca viva que nos separou E agora eu moro numa casa sem parede Sem janela e sem rede, tudo aqui perdeu a cor Mas entendi o valor da liberdade Abri a gaiola e o passarinho voou Vai passarinho, pede no ouvido dela O perdão tardio de quem sabe quem errou Vai passarinho, pede no ouvido dela O perdão tardio de quem sabe quem errou
4.
Aonde isso vai não sei Tô preso no tempo E não sei sair É tanta rapidez Eu vivo no corre Tô sem parada Aonde isso vai não sei As horas não deixam Ninguém dormir Virando zumbi De olhos abertos N a madrugada Aonde isso vai não sei Preciso depressa Quem me acuda Porisso te liguei Só tenho você pra pedir ajuda ÊhowÊhow Contigo o tempo anda slow ÊhowÊhow Um sopro de paz Uma voz sincera ÊhowÊhow Eu tô nas asas do seu carinho ÊhowÊhow Ê how! Tua presença ilude o tempo Traduz a luz Desse momento Aonde isso vai não sei Já tô na rua 6 da manhã O pânico passou Você me ensinou respirar o vento Pra onde isso vai não sei Encosta sua voz em meu ouvido Se agarra em meu corpo e vem Correr atrás do tempo perdido ÊhowÊhow ÊhowÊhow Tua presença equilibra Serena o caos E a alma vibra
5.
Há uma gravidade em seu olhar Que me deixa nas nuvens E me puxa pro chão, Como um astronauta Brincando No solo da lua Há uma passagem secreta Labirinto em linha reta Um atalho pra chegar Tanto faz aonde Você já mudou meu destino Abre-se o mar A gente corta caminho O seu olhar Nunca me deixa sozinho Num mundo tamanho Como um gesto humano Tão normal assim Afeta uma vida Fertiliza uma canção? Quem explica? A lei da gravidade Da paixão Sobe o luar Sobre a cidade marinha Lua no altar Alma não está mais sozinha Num mundo tamanho E eu astronauta de sonho Salto No espaço Sem fundo
6.
A curva da luz No instante em que o sol nasceu Já era o sinal Senti que algo aconteceu Não sei nem dizer Quanto tempo durou pra nós dois Então tanto faz Tudo é antes e depois Da curva da luz Abri a janela Nada havia além do normal Pessoas passando iguais Lá fora nada mudou Olhei no seu rosto A lágrima quente brilhou A gênesis do amor, do amor Na curva da luz Os fios invisíveis Que unem alma e corpo Somos invencíveis Já não há pecado nem perdão É mais que só desejo Dispensa explicação Amor é o antidestino Que expõe o coração À curva da luz Amor é antidestino
7.
As vezes vozes me queimam o ouvido As vezes queimo em silêncio Você risca o fósforo e eu corro risco De voltar pro mesmo lugar E essa dor Não vai embora agora eu já sei Que os pingos da chuva levarão Estamos juntos e é o que resta nessa solidão Calor tropical, melancólico aflito Terreiro de sombra e de luzes Pequenas estrelas num céu monolito Meus versos na areia o mar apagou Quando eu chorar não vai ser de tristeza Só pingos de chuva de verão Estamos vivos e é o que resta Sob o sol
8.
Agi Como um bicho tenso Fugi Do calor da chama Tentei te salvar do fogo Incêndio Em nossa cama O sol Tá ardendo em febre Pisei No tapete em brasa Acordo No escuro, suado Você dormindo serena ao meu lado Eu ando tendo pesadelos estranhos Tudo parece tão real Como naqueles filmes de apocalipse Só que não muda de canal O chão Rocha racha ao meio Canudos de vento a girar no céu E o mar alagando o quarto Teu corpo Boiando em torno de mim Acordo apavorado Alívio te ver assim Em sono profundo ao meu lado Fetal como um querubim (Ahá) Eu ando tendo pesadelos estranhos Tudo parece tão real Eu vejo imagens de um planeta em flagelo Pelo degelo glacial Surtei Com as motosserras Matando as árvores do quintal Morri quando as bombas de Gaza Caiam do nada em cima de mim Ressucitei No travesseiro Tremendo de medo e frio Olhei pelo quarto inteiro Você não estava O quarto vazio Eu tenho tido pesadelos estranhos Tudo parece tão real Mas sei que é só fechar Os olhos no sonho Que tudo volta ao normal
9.
Hoje eu não quero saber Hoje eu não sei de nada Eu só quero escutar esse baque Que faz o meu corpo arrepiar É de maracatu É a jóia rara É o meu Pernambuco de fé Quero sair para ver O Guerreiro de Lança no Alto da Sé Ó quem vem lá Olha quem vem lá Que bonito ver A moça que ginga no Baque Solto Estrela brilhante Piaba de Ouro eu quero ver A moça que ginga no baque solto No baque virado Piaba de Ouro eu quero ver
10.
No forró da serra Quando desce o nevoeiro A visão desaparece Ninguém vê ninguém A neblina invade o baile Toma posse do terreiro Fica todo mundo cego No meio do fog Ninguém enxergava um palmo adiante E o zabumbeiro tá ficando grogue Alguém aproveita a situação E acende um murrão de rachar o coco O cheiro espalhou no meio da fumaça E o povo da serra foi ficando louco No forró do nevoeiro Ninguém vê ninguém (3) Até eu me perdi no salão Espalhando amor Sem saber a quem Meu bem Vamo no Forró do Nevoeiro No dia seguinte ninguém disse nada Ninguém sabe nada ninguém tirou selfie O povo acordava e saía calado Casal não casado arreado no chão Beberam o que tinha no estoque Não sobrou uma gota de aguardente Pior que não tinha testemunha Ninguém tem certeza do que aconteceu Só sei que quando a neblina desce Todo mundo corre pro Forró do Nevoeiro No forró do Nevoeiro Ninguém vê ninguém (3 X) Até eu me perdi no salão Espalhando amor sem saber a quem Vamo pro forró do nevoeiro Meu bem Vamo pro forró do nevoeiro

about

Toda vida vem da água.
Meu corpo é metade líquido.
A terra é azul de cima
Por causa dos oceanos
E os rios são capilares
Veias que bordam o mapa
E espalham fertilidade por onde passam
Ao meu lado mora um rio
Há bem mais tempo que eu
Seu nome é Capibaribe
Que em idioma ancestral

Quer dizer:
RIO DAS CAPIVARAS

credits

released April 5, 2024

Produzido por Lula Queiroga & Yuri Queiroga
Direção de Arte: Guilherme Queiroga (QRG) & Mateus Alves

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Lula Queiroga Recife, Brazil

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